quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Giadíase Canina




      Giardíase Canina é uma das causas mais comuns de problemas intestinais em cães e seres humanos. É uma doença causada por um protozoário flagelado, Giárdia lamblia que infecta o intestino delgado de cães e outros mamíferos, incluindo o homem. No mundo todo, cerca de 250 milhões de pessoas apresentam giardíase sintomática, estimando-se que ocorram 500.000 novos casos por ano (OMS, 1996). Como muitos animais, incluindo os de estimação (como cães e gatos), também são infectados por Giárdia, eles podem tornar-se uma fonte da doença para humanos.
      Em cães os principais sintomas são diarréias, vômito, depressão e perda de peso.
      Uma vez instalada a doença, o animal fica mais suscetível a outras enfermidades mais graves e até fatais.
A infecção ocorre quando o animal ingere o cisto (forma em que o protozoário se encontra nas fezes), seja através do contato com outros animais como pela água e outros alimentos contaminados. É importante lembrar que os seres humanos também podem desenvolver a doença e, neste caso, hábitos de higiene e programas anuais de vacinação dos cães são fundamentais para a proteção de toda sua família.
      O controle está diretamente relacionado às Boas Práticas de higiene ambiental.
      Os cistos de Giárdia sobrevivem no ambiente e, desta forma, são fonte de contaminação e principalmente reinfestação para os cães, sobretudo de canis.
      A remoção imediata das fezes limitará a contaminação ambiental.
      O s cistos são inativados pela maioria dos compostos de amônio quaternário, água sanitária, vapor e água fervente.
      Os cistos contaminam também os pêlos dos cães, representando uma fonte de infecção, principalmente para as pessoas que tem um contato mais freqüente com seus animais.
      A giardíase é uma doença comum de cães, gatos e humanos, que freqüentemente é subestimada. É uma zoonose importante e é imperativo que tanto o animal de estimação quanto a família protejam-se da infecção.
      O tratamento pode fornecer um controle eficaz, mas, em muitas situações, as reinfestações são comuns, devido à dificuldade em se eliminar a fonte de infecção do meio ambiente.
      As taxas de infecção são altas nas áreas onde existem grandes populações de humanos e animais, devido à maior oportunidade de transmissão direta e indireta da enfermidade. A ingestão de somente 10 cistos é capaz de causar a infecção. A maior prevalência das infecções por Giárdia ocorre entre os indivíduos jovens, sem resistência imunológica, e que são mais suscetíveis à ingestão de material fecal.
      As fontes de infecção mais comuns são água e fezes contaminadas. A transmissão fecal-oral de Giárdia é comum tanto em animais como em humanos; os animais em confinamento podem estar expostos a grandes quantidades de cistos infectantes no material fecal, o qual aumenta as possibilidades de transmissão da enfermidade.
      Os trofozoítos de Giárdia não sobrevivem no meio ambiente. No entanto, os cistos são resistentes a alguns fatores ambientais, como águas com baixa concentração de bactérias e contaminantes orgânicos, e suscetíveis a outros, como altas temperaturas. É considerada uma enfermidade emergente, devido à falta de métodos efetivos de controle em humanos e animais. Um dos principais problemas é a contaminação ambiental disseminada. A Giárdia com seu ciclo de vida simples e a capacidade de seus cistos de sobreviver no ambiente, tem permitido que a infecção se converta em uma das mais predominantes enfermidades parasitárias em muitas espécies de mamíferos.

     Sinais Clínicos
     
     Os sinais clínicos podem ser severos, mas uma grande parcela dos infectados pode permanecer assintomática, e os animais jovens são os que, mais freqüentemente desenvolvem os sintomas. Os sinais clínicos da giardíase incluem diarréia mal cheirosa aguda ou crônica, vômito, dor abdominal, desidratação, perda de peso ou redução do ganho do mesmo.
      Não existem sinais característicos da giardíase, pois diversas enfermidades intestinais se assemelham a ela, como ocorrem com as gastrenterites virais, as bacterianas e as causadas por outros parasitos. Também se assemelha às alergias de origem alimentar, à enfermidade da má-absorção, a gastrenterite induzida por fármacos e as enfermidades alérgicas.
     Existe a grande probabilidade de o animal persistir eliminando os cistos nas fezes, mesmo após tratamento.
     O mais comum é que a base do tratamento da giardíase seja eliminar os sinais clínicos associados com a infecção. Nos animais, freqüentemente ocorre a reinfestação, se os cistos infectantes não são retirados do ambiente. Isto implica em uma limpeza e desinfecção profundas sempre que possível, além de assegurar que a água e o alimento não se contaminem com as fezes.

     Vacina

     Está provado que a vacina estimula o animal a resistir ao parasito, sendo uma solução efetiva em longo prazo para o controle desta enfermidade parasitária, já que a imunidade natural contra Giárdia é de curta duração. Mesmo que os tratamentos se mostrem eficazes, a reinfecção em animais é muito freqüente, devido à dificuldade de se eliminar os cistos infectantes do ambiente. Um animal vacinado, além de protegido contra giardíase, não representará mais uma fonte de infecção a outros animais.